E cá estou eu aqui, de novo.
Voltando a postar, sentada no computador do estágio - sim, estágio - enquanto deveria estar trabalhando em alguma campanha que deveria ser genial. Mas o vício de escrever sobre alguma coisa, me chamou de novo. Mesmo que eu tenha 34 créditos, mais estágio e alguns planos de trabalhos extras - ou "bicos" como diria alguém que eu conheço - pretendo escrever.
E eu perdi oportunidades maravilhosas de fazê-lo, poderia ter descrito a minha insana ida à Buenos Aires inteirinha, mas por alguns motivos resolvi me calar. Poderia ter falado horrores sobre a emoção de chegar em casa do aeroporto, depois de dias de locas noches de fiesta porteña e encontrar um carro, com um enorme laço de fita amarelo, na minha vaga da garagem. E poderia ter também sobre ter uma mãe que faz isso, inclusive um teatro no caminho pra tornar tudo mais dramático e emocionante no final. Poderia ter falado da emoção de ter me inscrito em tantas cadeiras, por me sentir e condições de fazê-las, e falar de como é bom quando a faculdade se torna um lugar agradável pra passar o tempo outra vez. Poderia tornar tudo mais triste e escrever sobre um pai que prefere não fazer parte, ou de males que atingem os mais queridos quando a gente menos espera. Dizer que eu acho que as coisas estão bem assim, como estão, e que meu deus, tem gente capaz de tudo nesse mundo. Escrever sobre as pessoas que saíram da minha vida - não com a mesma infantilidade, escondida sob textos bem redigidos, e deboche que elas escrevem sobre mim. E principalmente, manifestar em forma de palavras, alguns fatos que, no mínimo, mostram o quão ingênua eu fui, e quão ingratas e mau-caráter são algumas pessoas.
Mas eu não fiz nada disso. Não falei. E isso me incomodou. E esse é o problema, eu tenho ficado demais calada. Mas eu tenho medo. Medo de pessoas fúteis, superficiais e desnecessárias pra vida de qualquer um, que se dão o trabalho de lê-las, e assim usam essas coisas pra me atingir. Ficar calada, e engolir tudo, me sentir censurada, de não poder comentar minha própria felicidade com medo de ser repreendida por mesquinharias alheias. E ok, esse medo pode ser bem bobo, mas não tem cristo que tire da minha cabeça.
E, não, eu não atraio tantas pessoas com fotos lindas - é verdade - e nem escrevo tantos "brother" nos meus textos de desabafo, mas tá aqui algo que vale muito: a minha palavra (quase) nua. Afinal, minha auto-censura é assunto longo com minha analista. ;)