Thursday, June 08, 2006

1791.

O sol do meio dia rachava, aquele trânsito caótico a deixava cada vez mais irritada, de repente, seu celular toca, ao atender uma voz familiar diz:
- Às 15 horas, no local combinado, leve o cartão.
- Nos encontraremos lá. - disse ela desligando o celular.
Em seguida foi para casa separar algumas coisas e arrumar-se. O tempo naquela tarde pareceu voar, e ela sem dar-se conta estava atrasada. Pegou as chaves do carro, desceu as escadas correndo, entrou no veículo e saiu pelas ruas em direção ao local de encontro.
Chegando no lugar combinado, ela o avistou, sentado em um daqueles bancos, esperando-a. Estavam de novo os dois ali, naquele mesmo local de meses atrás, mas ciscunstâncias diferentes - que em breve repetir-se-ão. Dirigiu-se a ele.
- Vamos aos negócios - disse ele.
- Sim. - concordou ela.
- Parece que foi ontem, não acha?
- Parece. - respondeu ele.
- Tu trouxeste os papéis, não é mesmo ? - continuou ele fitando-a com olhar desconfiado.
- Trouxe sim. Está tudo aqui. - disse ela apontando para uma agenda, que para não ceder de tão cheia era presa por um elástico.
-Por aqui, querida, é neste balcão.
Caminharam os dois em direção ao balcão que ele havia indicado, e entraram na fila. Algumas pessoas foram atendidas na sua frente, mas logo chegara a sua vez.
- Em que posso ajudá-los ? - perguntou a atendente.
- Nós já encaminhamos tudo por telefone. Gostaríamos de fazer a parte presencial. - disse ele ansioso.
- Vocês tem o número ? - indagou a atendente.
- Querida, o número, por favor... - disse ele, olhando pra ela com olhar carinhoso.
- Sim, sim, um instante ! Está aqui na minha agenda ! - respondeu ela procurando entre inúmeros papéis em uma bagunçada agenda de compromissos - Ai, como eu sou desorganizada ! Mas guardo tudo, está aqui ! Tenho certeza !
Alguns minutos depois, ela retira um papel da agenda e diz:
- Está aqui ! - abre o papel - 1791.
- Tem certeza ? - pergunta ele
- Sim, olha ! - fala mostrando pra ele o papel onde está escrito o número 1791.
- Muito bem, o Sr. e a Srta. estão de fato registrados no sistema. - diz a atendente - Vocês efetuam o pagamento e eu faço os recibos, assim tudo está resolvido.
- Ótimo ! - exclama ele.
O pagamento é efetuado, e os recibos entregues. Aparentemente os negócios estão todos resolvidos, os assuntos ali não são mais pendentes e eles podem ir embora tranquilos sabendo que vão ter o que lhes é de direito.
- Ainda bem que tu trouxeste tudo. Acho que te mataria se tu houvesse te esquecido de algo ! E te conhecendo como eu te conheço tu era bem capaz de ter esquecido justamente o número ! - disse ele apertando-lhe a cintura enquanto andavam pelo saguão.
- Eu bem que poderia ter esquecido de muita coisa sim, mas não desse número ! Não mesmo. - disse ela rindo - E agora o que fazemos ?
- Bom, agora temos que esperar. Esperar chegar a hora, né?! E ainda falta pelo menos algumas semanas, querida.
- Mas e eu vou ter que esperar até lá ? - disse ela com ar impaciente infantil.
- Sim ! Não tem outro jeito. Mas te acalma, o tempo voa até lá. - respondeu ele tentando confortá-la.
O tempo de fato havia voado e já era noite. Eles haviam passado o dia inteiro juntos resolvendo seus assuntos pendentes.
- Por agora, tu gostarias de jantar comigo ? - convidou ele.
- Adoraria - respondeu ela.
- Vamos naquele restaurantezinho que nós adoramos ? É simples e pequeno, mas a comida de lá é excelente, o que achas ?
- É uma excelente idéia, faz tempo que não vamos lá.
Seguiram de carro até o restaurante. Comeram. Na saída, ela era quem dirigia o carro, ele ía na carona. Dirigiam-se para a casa dele. Ela agora iria deixá-lo, afinal ele precisava ainda dar conta de uns serviços inacabados que não podiam ser do conhecimento de ninguém, ela não sabia de nada mais dele, sabia apenas que tinham outro encontro marcado dentro de algumas semanas. Quando chegaram em seu destino final, ela parou o carro, e ele se despediu dela com um longo beijo. Algumas lágrimas caíam no rosto dela, e quando ele as percebeu, disse:
- Não chora, querida. Em breve, em breve, ok ?
- Mas eu estou feliz ! Nem sei direito porque choro ! - disse ela enxugando as lágrimas.
- Melhor assim. - disse ele sorrindo, deu-lhe mais um beijo e pediu - Diga um número !
- Hã? Como assim ?
- Diga um número ! - tornou a pedir ele piscando para ela, que entendeu o que ele quis dizer perfeitamente.
- 1791.
- 1791 - ele repetiu. - esse é O número.

2 Comments:

Anonymous Anonymous said...

Li tudo. Entendi nada. um bom começo ? acho que não. :/
hehe
bom, fui :P

Thursday, June 08, 2006 6:41:00 PM  
Anonymous Anonymous said...

ok, já vi que amos ter q conversar para mim saber se o que eu acho q é, realemnte é e se ali tá escrito o que eu acho q esteja escrito.

eu sei q tu não vai revelar muito, mas eu tento adivinhar da mesma forma.. ;)

Thursday, June 08, 2006 7:25:00 PM  

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